Durante uma empolgante conversa com o “pai do marketing” Philip Kotler, nos bastidores do Fórum Mundial de Marketing e Vendas, ele falou “Se eu sou o pai do Marketing, Peter Drucker foi o avô.” É impressionante como o pensamento de Drucker está atual mesmo levando em conta todas as mudanças nas mais diversas áreas do mundo dos negócios. No meu aniversário de 30 anos, o presente mais curioso que ganhei foi um livro do Drucker de quase 600 páginas chamado “Management“. O livro é bastante dinâmico, é um apanhado de textos escritos ao longo dos anos sobre o tema de Gestão.
Hoje li um dos textos do livro que me levou a uma profunda reflexão. Nele, Drucker fala a respeito dos 3 tipos de times, seus integrantes, os desafios e vantagens de cada um. Para tornar a compreensão mais fácil, ele deu exemplos esportivos.
Primeiro - Time de Baseball: Os jogadores jogam no time e não como um time. Todos possuem posições fixas que nunca mudam. Esse time é a clássica indústria, na famosa linha de produção e do trabalho feito em série.
Segundo - Time de Futebol: No futebol os jogadores também possuem posições fixas mas eles jogam como um time. O trabalho de cada integrante acontece em paralelo. Precisa haver um técnico que dita as regras e organiza o time com uma estratégia bem definida. Estrelas podem ajudar a levar o time pra frente mas também podem desestabilizar a equipe.
Terceiro - Time de Duplas no Tênis: Esse é o time que provavelmente gera as inovações genuinas. Pode ser chamado também de Jazz Combo. Nesse tipo de time os jogadores possuem uma posição primária e precisam “cobrir” os espaços deixados pelo parceiro. Precisam também se ajustar aos pontos fortes e fracos do parceiro e a todas as rápidas mudanças do jogo.
Segundo Drucker, não existe time certo ou errado. Cada um possui uma característica diferente com pontos forte e fracos. Cada situação exige um tipo de time. O time de Baseball, por exemplo, é ótimo para tarefas operacionais e repetitivas. Nele podemos avaliar claramente o desempenho individual de cada integrante. Como cada posição é fixa e não interage muito com as outras, é possível colocar uma estrela em uma posição não importando o temperamento, individualismo ou arrogância.
Já no time de futebol, que conhecemos bem melhor, é necessário o direcionamento de um técnico. Como o formato é mais flexível, o talento individual é importante mas um time unido e bem direcionado acaba valendo mais. Existem as estrelas mas elas dependem do time para jogar. Cada jogador/trabalhador precisa realizar tarefas coerentes com o trabalho dos outros membros.
Nas duplas de tênis, o time precisa ser pequeno e os jogares precisam se conhecer muito bem. Precisa haver um objetivo bem claro mas também flexibilidade na performance e trabalho de cada membro. A vitória pode ser conquistada de diversas maneiras. A capacidade de adaptação é crucial.
Cada time exige uma gestão diferente com incentivos diferentes e avaliação de desempenho diferente. Esse Drucker é danado não é?
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